Sociedade Filarmónica Bendadense
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
terça-feira, 12 de outubro de 2010
domingo, 10 de outubro de 2010
A Sociedade Filarmónica Bendadense, eleva às suas gentes uma responsabilidade acrescida sobre a forma de fazer cultura e história na sua terra, a freguesia da Bendada, no concelho do Sabugal. E foi com todo o espírito social e com muita vontade desta gente, que em 1870 se fundou a Sociedade Filarmónica Bendadense.
Apesar destes 140 anos sem qualquer interrupção, esta permanência acentuada ao longo dos tempos só foi possibilitada por uma enorme força de vontade de algumas pessoas que criaram e desenvolveram a Escola de Música, incutindo nos jovens o gosto pela música e consequente aprendizagem para o ingresso na Banda Filarmónica.«Não existe nenhuma banda filarmónica que possa resistir se não tiver uma escola de música que permita renovar constantemente os seus quadros de pessoal, sob pena de se extinguir, uma vez que, nesta região as condições de fixação da população são bastante reduzidas, o que está na base de fenómenos de emigração. O papel da Escola de Música é fundamental neste apoio e suporte de formação que concede à banda. Antes de se aprender a tocar um instrumento, existem alguns conteúdos teóricos que é necessário apreender e sem os quais é impossível executar qualquer tipo de instrumento.»Ao longo destes anos todos muita gente vestiu o uniforme da banda. Este número aparentemente elevado de instrumentistas apresenta duas perspectivas de análise: por um lado, demonstra o gosto das pessoas em pertencer à Banda; por outro, evidencia os imensos obstáculos à fixação das pessoas em terras do interior, que imigram em busca de melhores condições de vida.«Tivemos elementos que passaram pela Escola de Música e, posteriormente, integraram a banda. No entanto, quando conseguiam atingir um patamar mais elevado na formação e se assumiam como executantes de qualidade, tinham que abandonar a banda porque não tinham condições de fixação no concelho: uns iam estudar para fora, outros emigravam à procura de melhores condições de vida, o que faz deste aspecto a maior dificuldade da banda.»Tem sido ao longo destes anos, a Escola de Música da Banda, um impulso e uma forma saudável de considerar a Banda um elemento cultural de elevado nível de qualidade. É certo que essa qualidade singular lhe tem dado grandes possibilidades de participar em inúmeras festividades culturais e religiosas, pelos mais diversos pontos do País, sobretudo na região, que é suficientemente esclarecedor quanto à importância de actuar noutras terras: «Já tivemos anos de fazer entre 20 e 25 actuações, distribuídas por várias regiões. Isto é bom porque quanto mais longe formos, mais somos conhecidos, assim como a nossa terra, porque a Banda é um autêntico veículo transmissor da cultura, da música, dos hábitos e dos costumes da nossa terra.»A Banda Musical da Bendada apresenta-se, actualmente, com cerca de 30 elementos, com idades compreendidas entre os nove e os 50 anos, o que faz dela uma Banda relativamente jovem.Os jovens acabam por ser seleccionados gradualmente, a sua participação e assiduidade nos ensaios é fundamental para a sua formação e possível ingresso na Banda. Contudo, as desistências aparecem ao longo dos anos, e são efectivamente uma das grandes preocupações do grupo, uma vez que depois do instrumentista estar habilitado para desenvolver um trabalho correcto, desiste, por questões particulares ou profissionais.É certo que as dificuldades são grandes, no entanto a Banda tem conseguido sobreviver à desertificação e, de certa forma, tem desenvolvido em muitas crianças o gosto pela música e, ao mesmo tempo, tem contribuído, não só para o desenvolvimento cultural do concelho e região, como também contribuiu e continua a contribuir para a formação integral de quem executou e executa um instrumento, como também para quem a escuta nas várias actuações realizadas ao longo destes anos.Representa, com toda a certeza, as gentes da Bendada, dignifica o nome da sua terra, onde tem sido muito acarinhada, e é com grande espírito de sacrifício que se tem caracterizado como uma forma de desenvolvimento cultural e integral das pessoas desta terra ao longo da sua existência.«É de salientar que representa um motivo de orgulho para todos os habitantes da Aldeia e do concelho visto ser a única, principalmente para aqueles que trabalharam e se sacrificaram e para todos aqueles que hoje continuam a trabalhar e a sacrificar-se, para que a banda pudesse atingir o nível em que se encontra.»
Filipe Fernandes(Presidente da Direcção)
(Artigo retirado do Blog Capeia Arraiana)
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
terça-feira, 14 de setembro de 2010
O rei, D. Afonso Henriques, tinha vindo com os seus homens, de Norte para o Sul, passando sem reservas pelas planícies da Beira Baixa, por Penamacor, Covilhã, Idanha e Castelo Branco.
Nesta sua passagem haveria, como resultado das escaramuças surgidas entre cristãos e mouros, muitos feridos que de ordinário eram socorridos pelos enfermeiros locais e que depois de sarados eram conduzidos aos seus locais de vivência.
Na Bendada moravam, nessa altura, dois casais de mouros. Ben Dada e Ben Yousseff, primos carnais, oriundos de famílias mouriscas, fixados muitos anos antes no local, depois de averiguada a sua excelência em termos de clima, pelos seus parceiros dos exércitos magrebinos.
Ben Dada era um simpático senhor, feito cirurgião pela universidade de Silves e onda iam consultá-lo, por via de toda a sorte de traumas, incluindo os da guerra, todos os moradores da região. Ir ao Ben Dada era, pois, sinónimo de Homem e Terra e, logicamente, de necessitado de tratamento físico. Ben Dada, depois de tratar o seu doente, ao qual incumbia o pagamento do seu serviço, além da assistência médica o seu aboletamento e até o tratamento da sua rês pessoal, era devolvido à sua terra de origem juntamente com a cavalgadura.
Ben Dada e Ben Youssef, porque correspondiam ao perfil de pessoas que eram necessárias à sociedade então vigente, ficaram para sempre adstritas à comunidade de então, dando à pequena aldeia o nome de um dos seus mais importantes naturais: Bendada."
terça-feira, 31 de agosto de 2010
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
29/05/2010 - Capeia Arraiana - Campo Pequeno - Lisboa
05/06/2010 - Concerto comemorativo dos 140 anos da S.F.B. - Auditório - Sabugal
27/06/2010 - Festa Religiosa - Jarmelo
04/07/2010 - Encontro de Bandas "Os Basófias" Vale de Azares - Celorico da Beira
terça-feira, 24 de agosto de 2010
sexta-feira, 20 de agosto de 2010
140 Anos da Sociedade Filarmónica Bendadense
Sociedade Filarmónica Bendadense é a única banda do concelho do Sabugal
Ao longo dos 140 anos de existência, a Sociedade Filarmónica Bendadense recebeu o rei Dom Carlos e a rainha Dona Amélia, e a ainda participou na inauguração da Linha de Caminho de Ferro da Beira Alta
A maior marca da Bendada assinala 140 anos de vida
Certamente que já ninguém se lembra da recepção da Sociedade Filarmónica Bendadense à Rainha Dona Amélia e ao Rei Dom Carlos, na inauguração do Sanatório Sousa Martins, na Guarda, em 1907.
A história repetiu-se, passados 100 anos nas cerimónias de aniversário do Hospital da Guarda. Nesse hiato temporal, muita coisa mudou. Os elementos da banda, os objectivos e, até mesmo, as próprias dificuldades contextuais.
Inicialmente, a Sociedade inclinava-se mais para a voz enquanto instrumento. E, só passados 11 anos da sua criação, é que a Banda da Bendada conseguiu o seu primeiro instrumento. Daí até converter-se num agrupamento exclusivamente construído por instrumentos de sopro e de precursão foi um abrir e fechar de olhos.
“Felizmente, hoje, somos uma banda com muitos instrumentos. Na nossa escola de música, leccionamos aulas de saxofone, clarinete, trompete, percusão e trombone. As aulas são dadas pelo maestro, que tem formação musical, mas, também, por alguns elementos da Banda que enveredaram por essa área e que têm experiência”, sublinhou o presidente da direcção, Filipe Fernandes.
Actualmente, a Sociedade Filarmónica Bendadense é muito mais do que uma simples banda. É uma marca de uma Região fortemente castigada pela emigração mas, ainda assim, consegue resistir às dificuldades do tempo e afirmar-se como a única banda de um concelho tão extenso como é o do Sabugal.
“As pessoas da Bendada têm uma afinidade especial com o grupo, porque, ao longo dos anos, a Banda foi-se tornando na marca mais forte da Freguesia. Actualmente, é a única Banda do concelho do Sabugal, que tem 42 freguesias. É uma responsabilidade acrescida mas também é uma honra ver uma terra com cerca de 200 habitantes afirmar-se através da música”, sublinhou o dirigente.
O verão da banda é bastante atarefado. É nesta altura que os ensaios são postos em prática, nos diversos espectáculos que a Banda da Bendada participa. Maioritariamente, são no concelho do Sabugal, onde “há uma espécie de compromisso entre as Aldeias e a Banda”.
“Normalmente vivemos com o subsídio da Câmara Municipal e com o que ganhamos em cada actuação que fazemos. Do valor que conseguimos angariar, metade vai para a conta da filarmónica, que também tem as suas despesas com gasóleo, instrumentos, e o restante é divido pelos músicos”, disse Filipe Fernandes.
Futuro assegurado
A sustentabilidade da Banda é a escola de música, onde aprendem quase três dezenas de crianças. Semanalmente, aos Sábados, alguns elementos da Banda, e também o maestro Luís Andrade, dão aulas de música aos elementos mais jovens, que serão o futuro da Banda.
“Para bem da Banda os jovens da Bendada ainda se deixam cativar pela música. Hoje em dia, com a quantidade de diversões que há, é muito difícil aproximar os jovens da música, e isso ainda é mais numa zona despovoada como a nossa. Felizmente, essa dispersão na Bendada não acontece”, referiu o professor de educação musical.
Portanto, o futuro da Banda está assegurado. “Não vamos deixar morrer esta marca do Concelho”, disse Bruna, a mais jovem da Banda, à RTP.
Hoje em dia, a Sociedade Filarmónica Bendadense conta com cerca de 30 elementos, a maioria dos quais do sexo feminino, “o que não é muito normal”, admite Filipe Fernandes.
“A maioria dos nossos elementos está no ensino superior. Pelo gosto que ganharam pela música, muitos deles enveredaram pelas diversas vertentes do ramo. Temos muita gente com formação e isso é sinónimo de qualidade”, sublinhou.
CASA DA MÚSICA DA BENDADA ARRANCA EM 2011
O futuro deve trazer uma prenda para a Sociedade Filarmónica da Bendada. Há cerca de uma década, a Banda comprou a primeira parte de um terreno, junto à Escola Primária. Passados alguns anos, a direcção decidiu comprar a segunda tranche, perfazendo um total de 1000 metros quadrados onde, durante o ano de 2011, deve começar a ser erguida a Casa da Música da Bendada.
“Existe um projecto, que faz parte das ambições da direcção já há alguns anos, para que possamos rentabilizar os nossos recursos. A casa onde estamos pertence à Casa do Povo da Bendada, mas já não consegue fazer frente às necessidades da Banda. Portanto, temos um terreno com 1000 metros quadrados, para onde está prevista a construção da Casa da Música da Bendada”, sublinhou Filipe Fernandes.
O projecto vai ser candidatado ao Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN), tem um orçamente previsto de 600 mil euros, e está a ser projectado por “pessoas da terra que não levam dinheiro nenhum e que querem ajudar a Banda”.
“Precisamos, urgentemente, de salas para leccionar as aulas aos jovens. Agora, no verão, uns tocam por cima do coreto, outros por baixo, outros na sala de ensaio da Junta de Freguesia que também disponibiliza salas porque estão sempre 4 ou 5 professores a dar aulas”, concluiu o presidente da direcção.
A futura casa da música será dotada de uma sala de espectáculos, que servirá para fazer ensaios de conjunto, terá uma garagem, onde deverá ficar a carrinha da Banda, e salas de aulas onde deve passar a funcionar a escola de música.
Por: André Sousa Martins
jornal Nova Guarda